A história contada-mostrada pelos vencedores pode ter muitas leituras: A Batalha do Avaí. História e Arte em edição muito especial!

Algumas telas ganham, com o tempo, tal projeção, que muitas vezes, em lugar de representarem o evento que figuraram, se transformam, elas próprias, em documentos e testemunhos.

E esse é sem dúvida o caso da imensa pintura de Pedro Américo de Figueiredo e Melo (1843-1905) chamada Batalha do Avahy.

A tela retrata um episódio marcante da Guerra do Paraguai, embate que prefigura, ao mesmo tempo, o apogeu e o começo do declínio do Império Brasileiro.

E para retratar o evento que ocorreu em 11 de dezembro de 1868, o artista não fez por menos – produziu uma pintura de 50 metros quadrados e nela jogou a sorte da monarquia: de um lado pintou o ‘civilizado e ordeiro’ exército brasileiro; de outro, ‘os bárbaros’ paraguaios com seus atos vis.

De um lado, os vestidos, de outro, os nus.

Produzida originalmente na Itália por encomenda do Estado, o quadro chegou ao Brasil em junho de 1877, e a partir daí começou a sina da recepção e circulação dessa obra que tocava em temas centrais daquele momento histórico – a guerra, a violência, a presença de negros libertos, o lugar do exército e dos comandantes do Império na sociedade brasileira.

Este livro narra detalhadamente diferentes faces dessa grande pintura que virou um ícone nacional.

Polêmica, ela revelou, para a cultura visual de seu tempo, como era ambíguo o mundo da política e quão borradas se encontravam as fronteiras entre ficção e não ficção.

E hoje… ?

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